Os assessores pedagógicos em formação de professores em literatura infantil e formação do leitor, Fábio Silva Sipaúba e Maria Tereza Pereira de Oliveira falam da parceria entre os dois projetos para criação dos clubes de leituras nas instituições municipais de educação infantil e ensino fundamental.
Sabendo que o PAIC e o Sou Professor, Sou Leitor são ações de fomento à leitura na escola, é possível uma parceria entre eles?
Maria Tereza – Podemos dizer que o PAIC visa fortalecer as práticas de leitura do professor com vistas a garantir a formação de alunos leitores e o Sou Professor, Sou Leitor assumem essa mesma perspectiva, o que torna possível essa interação entre eles.
Fábio – Acredito que na fala da Maria Tereza já ficou evidente que é possível uma interação, no entanto, queria apenas destacar que enquanto o PAIC tem uma atuação mais especifica com a educação infantil e os dois primeiros anos iniciais do ensino fundamental, o Sou Professor, Sou Leitor atende todos os níveis e modalidades de ensino presentes na escola.
É sabido que o PAIC está estruturado em diferentes eixos. No entanto, gostaria de saber se existe um eixo específico de trabalho com a leitura por prazer, algo que vá além da compreensão e análise textual?
Maria Tereza – Sim. Temos um eixo denominado Literatura Infantil e Formação do Leitor que tem como objetivo principal a criação dos clubes de leitura nas instituições municipais de educação infantil e ensino fundamental. Além dessa ação o eixo contribui com práticas de fomento à leitura a partir das seguintes atividades:
¨ Instituição do dia “D” de literatura infantil;
¨ Formação continuada de professores;
¨ Criação de cantinhos de leituras;
¨ Distribuição de títulos de literatura infantil e
¨ Publicação bimestral da Revista Pense!.
E quanto ao Sou Professor, Sou Leitor?
Fábio – O Projeto na verdade não tem um eixo especifico de trabalho com esse propósito leitor – ler por prazer – a sua essência é isso.
Como exemplo do desenvolvimento do referido propósito dentro do Projeto, podemos citar uma ação de sua própria rotina – a leitura em voz alta pelo formador – que geralmente privilegia a leitura de um bom texto literário com propósito de encantar os professores pela leitura desse gênero.
Professora Maria Tereza, gostaria que você explicasse melhor a ação de criação de criação dos clubes de leitura. Eles já são realidade no Município?
Maria Tereza – Ainda não. No entanto, é importante destacar que as escolas tem experiências vivenciadas através de ações do PAIC e do Sou Professor, Sou Leitor, mas ainda nada sistematizado.
A meta do Eixo é contribuir para que em 2010, todas as instituições municipais de educação infantil e ensino fundamental organizem seus clubes.
E o Sou Professor, Sou Leitor comunga com essa idéia?
Fábio – Sim. Acredito inclusive, que precisamos estar de mãos dadas nessa ação.
Gostaria apenas de destacar que o Sou Professor, Sou Leitor pensa em tornar esse clube o menos escolarizado possível, orientando para que o clube desenvolva suas ações não só na escola, mas também na igreja, no bairro, na praça etc., como diz Rubem Alves que possa haver verdadeiros “Concertos de Leitura”.
Diante de tantos comentários de clube de leitura, como podemos defini-lo?
Maria Tereza – Acho até difícil definir clube de leitura, no entanto, é importante destacar que ele pode acontecer em qualquer lugar, como cantaria Paula Toller “[...] na rua, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapê.”, porém o essencial não pode ser deixado de lado, o gosto, o prazer e o encantamento pela leitura.
Fábio – Gostaria apenas de complementar que o clube de leitura oportuniza uma verdadeira interação literária, uma vez que propicia a socialização de idéias sobre partes importantes do livro lido, por exemplo, dentre outras possibilidades de interação.
Vou socializar como exemplo, uma prática de leitura com um propósito semelhante ao do clube de leitura.
Uma professora após a leitura de um livro recomendado no Sou Professor, Sou Leitor, tenta socializar com os colegas como foi essa experiência, no entanto, não consegue. Emociona-se, pois segundo ela a estória mexeu profundamente com ela, deixando-a emocionada.
Como é possível perceber houve uma verdadeira interação entre texto e leitor. Penso que isso deve acontecer também nos espaços e tempos dos clubes de leitura.
Como as instituições municipais de educação infantil e ensino fundamental podem organizar seus clubes de leitura?
Fábio – Os coordenadores pedagógicos, formadores do Sou Professor, Sou Leitor, receberão como encaminhamento o PASSO-A-PASSO DE CRIAÇÃO DO CLUBE LEITURA e terão um período a ser combinado com o grupo para a realização dessa atividade.
Como será o acompanhamento dessa ação?
Maria Tereza – Ainda não temos uma proposta definida, mas creio que a Equipe do PAIC e a Equipe de tutores do PRAFORMAR irão mobilizar-se para dá corpo a essa ação.
Diante de tudo que discutimos nessa entrevista, o que vocês deixariam como mensagem final aos leitores?
Maria Tereza – Desejo de coração, que a criação do clube de leitura não seja encarada como mais uma ação que a escola precisa desenvolver, mas sim como um meio de fortalecer o desenvolvimento das práticas de leitura na escola e na sociedade, principalmente, aquelas que assumem com propósito leitor a leitura fruição, leitura deleite.
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